Com juros e créditos mais acessíveis no mercado imobiliário brasileiro, realizar o sonho da casa própria em 2021 pode estar mais próximo para quem possui renda. 

Ao encerrar o ano de 2020 a passos largos, os financiamentos imobiliários, segundo especialistas, podem seguir uma trajetória semelhante no que promete ser um 2021 cheio de emoções e expectativas para a economia brasileira. Isso porque as baixas taxas de juros e financiamentos atrativos, que se estendem até o momento, têm sido capazes de aquecer o sonho da casa própria ou de investimentos na compra de imóveis.

Entidades que reúnem empresas do setor imobiliário parecem unânimes em declarar que redução no menor patamar da história da taxa de juro básico (Selic), os depósitos recordes na poupança que permitiram o financiamento de até R$ 92,7 bilhões pelos bancos públicos, e a aprovação do programa Casa Verde e Amarela foram capazes de impulsionar o setor no segundo semestre de 2020.

Mesmo com a Selic atualmente a 2% ao ano e um crescimento dos financiamentos públicos de quase 50% em 2020 em relação a 2019, há quem permaneça cético com a manutenção do ritmo de financiamentos imobiliários para 2021. Muito da dúvida se refere aos índices alarmantes de desemprego e baixa renda em que se encontra o País, e também ao encarecimento dos materiais para construção devido à indomável inflação. Portanto, é esperado que a economia brasileira realmente entre em fase de melhora para que o que é apenas um dado estatístico se torne, enfim, tendência.

Seja um efeito casual ou sustentável (o tempo dirá), ainda é possível encontrar financiamentos com taxas de até 6,12% ao ano, frente aos 12% encontrados em 2019, com prestações que chegam até 35 parcelas – prazos convenientemente dilatados. As mudanças de comportamento provocadas pela pandemia de Covid-19 também impactam de alguma forma no setor, uma vez que muitas pessoas têm procurado imóveis mais afastados dos grandes centros, o que pode manter os financiamentos aquecidos. Ter de ficar em casa mudou a percepção do brasileiro sobre o quanto ter um imóvel próprio é importante para manter a qualidade de vida.

De qualquer forma, essas condições ainda são mais favoráveis a quem tem renda e deveria aproveitar o cenário para investir na compra do imóvel antes que a volatilidade da economia brasileira se imponha com inesperado mau humor. 

Um bom planejamento, então, é uma condição importante para quem quer adquirir seu imóvel. Caso não tenha como pagar a vista, um financiamento condizente com a realidade da pessoa e que não ultrapasse 25% do orçamento líquido são fatores estratégicos para realizar o sonho da casa própria. E por ser um grande passo, comprar um imóvel exige cuidados minuciosos como, por exemplo, checar a documentação e verificar se há registro em cartório, conhecido como memorial de incorporação. Investigar o histórico do terceiro, seja uma empresa ou pessoa, que esteja repassando o imóvel é outro fator de extrema importância. Sempre busque referências que possam lhe assegurar o melhor negócio.

Outra dica valiosa é ponderar a região escolhida para morar. Talvez seja improvável que você ache todas as facilidades que pretende em um só lugar por um preço inacreditável. Aliada a uma percepção mais realista de causas e condições em jogo, o futuro proprietário pode se munir com uma boa pesquisa sobre o entorno, áreas de lazer, transportes e serviços de utilidade pública que possam ser mais prioritários que outros na hora de decidir pela compra do imóvel.

Por fim, pode-se optar pela busca de um metro quadrado acessível e que deve, de acordo com analistas, ser comprado rapidamente. Muito embora o congelamento da renda possa impulsionar a venda de imóveis no começo de 2021, inibindo as construtoras de repassar o aumento no preço dos materiais de construção para o consumidor, é sabido que há uma forte pressão inflacionária sobre materiais e os serviços da construção civil, o que, em algum momento, pode chegar ao bolso de quem almeja seu próprio imóvel.